Dominique Strauss-Kahn acusado de abuso sexual

Países europeus como França e Itália têm o costume de preservar a vida intima de seus políticos. Vários jornalistas admitem não publicar descobertas sobre a vida pessoal pois é um "assunto particular". Um exemplo recente disto é a Itália, no caso de Berlusconi. Apesar de todo o escandâlo com as prostitutas e a cobertura que isto rendeu internacionalmente, os italianos não deram muita atenção. Ele continua como primeiro ministro. É interessante contrastar isto com o governador de Nova York que, casado, foi descoberto com uma prostituta. A repercussão foi tanta que ele renunciou.

Um novo escândalo, desta vez na França, promete ameaçar esse costume de "vista grossa". Dominique Strauss-Kahn, diretor-presidente do FMI (fundo monetário internacional)foi acusado de abuso sexual. A acusação partiu da camareira de um hotel em que ele estava hospedado. Ela alega que ele a perseguiu pelado pelo corredor, a tocou e tentou tranca-la em um dos quartos. A situação se torna ainda mais grave porque, de acordo com pesquisas, Strauss-Kahn seria eleito presidente em 2012.

Nada foi comprovado ainda e os cidadões franceses parecem perdidos em meio a tudo isso. Afinal, o homem que supostamente iria devolver à França uma boa imagem depois de Sarkozi (muitos o acham insolente e impulsivo) foi acusado de um crime sexual. "Sua trajetória tem sido quase magnífica. Ele estava no topo das pesquisas. Ele era o único que poderia vencer o presidente Nicolas Sarkozy. Acho isso estranho", disse Eric Morel, de 65 anos, que também mora perto de Strauss-Kahn.